quinta-feira, 31 de maio de 2012

Uhuuuu!!! Mais de 1000 acessos em 3 dias + Programação da Semana!

Olá estudantada, boas notícias!!!!

Completamos na madrugada de ontem os 1000 acessos no blog. Um bom dado pra seguirmos lutando e informando @s estudantes sobre a atual situação de nossa universidade...

Só uma curiosidade é que o número de acessos do nosso blog já é metade dos votos que o reitor Angelo Antoniolli alcançou nessas eleições da reitoria... um baixíssimo número numa universidade que tem mais de 25 mil estudantes, sem contar os professores e técnicos-administrativos... e o DCE Integração em vez de estar do lado d@s estudantes nesse momento, tava pedindo voto pro Rei de nossa universidade... vê se pode!!!

Como caminhamos independente do DCE Integração e da Reitoria, seguimos fortemente no apoio à luta d@s professores da UFS e na luta por uma Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade! Como o mundo não pára, nem nossas ações, segue abaixo a programação dessa próxima semana que está repleta de atividades!!!! 

Contamos com vocês...

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Fiquem de olho na programação durante a greve dos professores

Olá estudantes! Fiquem de olho na programação que está acontecendo na UFS independente da greve ou não! Universidade em greve é universidade em movimento!

Terça (29/05):
08h - Café da manhã em São Cristóvão e no Hospital Universitário (HU)
15h - Debate "Direito de Permanecer na UFS" (RESUN, Bolsa Trabalho, Cotas, Acessibilidade e Creche) no Auditório da ADUFS

E na quarta-feira (30/05) um grande dia em comemoração a um ano de OCUPAÇÃO DA REITORIA! Para quem não se lembra visite o blog e fiquem por dentro: http://chegademigalhas.blogspot.com.br/



Vitória dos Estudantes da UFS!

A luta pela aprovação do PIAPROF* e a defesa da permanência do cotista na UFS






Por Cláudia Katiuscia e José Leidivaldo**


“Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só,
mas sonho que se sonha junto é realidade”.
(PRELÚDIO- Raul Seixas)


Em meados de 2008 a Universidade Federal de Sergipe aprovou a adoção do Sistema de Cotas, (através da resolução 080/08) entrando em vigor no vestibular de 2010, a fim de minimizar as desigualdades de oportunidades dos historicamente afastados desse espaço de prestígio social em detrimento de fatores socioeconômicos, deficiências físicas e étnicas raciais.

Com o ingresso dos cotistas, a partir do ano de 2010 na UFS, passou-se a ter no cotidiano certa preocupação com o desempenho acadêmico, bem como de sua garantia de permanência na universidade. No tocante do desempenho os primeiros relatórios sobre os impactos da adoção dos sistemas de cotas na UFS, divulgados pelo Programa de Ações Afirmativas (PAAF), mostrou que não há uma elevada discrepância entre o desempenho acadêmico dos cotistas com os nãos cotistas, com exceção das cotas D (portadores de deficiência). Deste modo, esses primeiros relatórios já desmistificam certas opiniões dos “contra as cotas”.

No que concerne a garantia da permanência do cotista na universidade faz-se necessário tecer uma maior reflexão. No período inaugural das cotas na UFS, 2010.1, fomos surpreendidos pela procura considerável de cotistas nos programas de Assistência Estudantil, dentre eles o programa bolsa trabalho. Foram inscritos neste programa, no primeiro semestre de 2010, cerca de 60 estudantes cotistas, sendo alguns de cursos até então considerados elitizados como das Engenharias e de Medicina Veterinária. (sistema de controle de assistência ao estudante- disponibilizado pela PROEST em 2010).

Já em 2011, a busca acentuada foi o do programa de residência universitária, em que tivemos um número elevado, cerca de 340 estudantes na procura do benefício; dos selecionados iriam ser atendidos 185 para São- Cristóvão; 03 para Laranjeiras e 15 para Lagarto, correspondendo assim, a um aumento de 75% comparado ao do ano de 2010 (conforme nota divulgada pela PROEST no portal da UFS, em 30/03/2011). Vale ressaltar que, o atendimento total desses estudantes selecionados foi resultado das manifestações promovidas pelos estudantes excedentes em conjunto com o Conselho de Residentes frente à Pró- Reitoria de Assuntos Estudantis/ PROEST.

Esses dois casos mencionados nos estimulam a fazer a seguinte reflexão: Em que medida a Universidade Federal de Sergipe após a adoção do Sistema de Cotas vem garantindo aos cotistas políticas de assistência? Será que os programas de assistência estudantil existentes antes mesmo do PAAF garantem a plena permanência dos cotistas na UFS? Acreditamos que somente os programas de bolsa trabalho, de residência universitária, de bolsa alimentação e as modalidades acadêmicas (monitoria, extensão e pesquisa) ainda se apresentam de forma pontual na garantia da permanência do estudante cotista, uma vez que esses programas ainda se encontram desproporcionais ao número de cotistas presentes na UFS, sendo no total de programas: 1.924 beneficiados e sendo que existiam em 2011 aproximadamente cinco mil cotistas (UFS em Nº 2011/2). É importante destacar que, no mesmo ano de 2011 foi criado o PIIC (programa de inclusão em iniciação científica) disponibilizando 800 bolsas.

Em Março deste ano foi apresentado em regime de votação no Conselho Superior/ CONSU da UFS uma proposta de criação de modalidade acadêmica, o PIAPROF - programa de iniciação acadêmica e profissional. Tem por objetivo complementar a formação do estudante e vincular o seu trabalho a sua área de formação, porém, o programa como foi escrito não se fez o suficiente para cumprir este objetivo por duas razões centrais: a) no esboço da proposta o discente estará submetido ao “desenvolvimento de atividades complementares ao seu curso de graduação sob supervisão do departamento ao qual o bolsista estiver vinculado” (resolução Nº_/2011/CONSU proposição PROEST) esta designação (confusa) do bolsista poderá, em certa medida, subordiná-lo a atividade laboral, desvirtuando- o de sua atividade acadêmica e/ ou profissional, logo, retornando ao caráter da bolsa trabalho b) o critério de seleção da proposta contradiz a sua finalidade, uma vez que visa à importância de incentivar o pleno desenvolvimento acadêmico dando-lhe condições materiais de garantia de permanência, desta forma, a seleção de bolsistas não deve considerar, como critério determinante, da seleção o desempenho acadêmico.

Diante disso os conselheiros da bancada discente lotada no CONSU fizeram uma prévia discussão desse programa e de suas conseqüências caso fosse aprovado o texto original e o conselheiro discente José Leidivaldo (representante do CECH) ousou em fazer o pedido de vista do programa e, dando assim, início a uma retomada de estudos (desenvolvidas pelos conselhos de residentes e bolsistas trabalho) a respeito da Assistência Estudantil da UFS. Esta mobilização dos conselheiros discentes desencadeou em uma reunião com a comunidade estudantil, em um Conselho de Entidades de Base/CEB e, por fim, em uma Assembléia Geral de Estudantes, a fim de realizar uma ampla discussão das novas propostas de assistência estudantil que estão em tramitação no CONSU.

A partir desses espaços democráticos de discussão fizemos as alterações do PIAPROF com a finalidade de que o programa pudesse estabelecer: a) de forma explícita as atividades que o estudante irá desempenhar em consonância com o Projeto Político Pedagógico do seu respectivo curso, a fim de evitar o desvio das funções no campo de sua formação; b) que a universidade pudesse também estimular e valorizar as potencialidades cognitivas do discente com o desenvolver de atividades artísticas, culturais e desportivas; c) que o critério predominante de seleção seja o fator de vulnerabilidade socioeconômica e/ ou o estudante ingressado na UFS por meio do Programa de Ações Afirmativas (PAAF), por entender que são os que mais necessitam de assistência; d) por fim, que o programa beneficiasse não somente os estudantes de graduação de todos os campi, mas também os estudantes da Educação a Distância/ EAD.

Em suma, essa iniciativa desse movimento estudantil, que independente do seu Diretório Central dos Estudantes/DCE e de aparatos partidários, conseguiu protagonizar em suas ações o saber ousar - não no sentido estigmatizado por muitos, mas sim de saber ser propositivo e conseqüente - de absorver os anseios estudantis, principalmente, dos desprovidos de condições materiais e lutar em conjunto pela defesa da permanência do cotista na UFS.

Torna-se óbvio que, as reflexões lançadas a respeito da política de acesso e de permanência da Universidade Federal de Sergipe precisam ser mais debatidas entre a comunidade universitária, pois estamos no terceiro ano de adoção do Sistema de Cotas e só tivemos uma política específica de assistência aos cotistas (através do PIAPROF), por decorrência do protagonismo estudantil; em que ainda não nos adaptamos ao recebimento de estudantes portadores de necessidades educacionais especiais, seja no tocante do preparo dos servidores, seja na adequação de equipamentos pedagógicos e de infra-estrutura e esta adequação é emergencial.

Por fim, é primordial esse processo de democratização do acesso em que vivenciamos na UFS, mas que esteja verdadeiramente conjugada com uma política de assistência estudantil, viabilizando a permanência e a conclusão de curso do estudante de origem popular dando condições dignas e satisfatórias a esses. Só assim reduziremos os índices de evasão e retenção escolar garantindo o combate ao assistencialismo e um caráter realmente público à universidade.

*PIAPROF significa Programa de Iniciação Acadêmica e Profissional

** Claudia Kathyuscia é estudante de Ciências Sociais da UFS, ex-bolsista trabalho e militante do movimento estudantil; José Leidivaldo é estudante de Comunicação Social da UFS, residente e militante do movimento estudantil.

sábado, 26 de maio de 2012

A saga do calouro José: cinco anos de expansão e a greve dos professores

Assembleia Geral dos Estudantes (24/05)

Esta não é uma história de amor.

Desceram do ônibus intermunicipal, apressaram-se como todos que estavam ao redor deles. Outrora calouro, o José, agora já veterano (há quatro anos) mostrava sua indignação diária à Fátima em relação à Universidade Federal de Sergipe. “Estou sem aguentar, entrei aqui achando que ia conseguir um diploma para trabalhar num lugar melhor. Moro no interior da Bahia, tenho que ajudar meus pais, mas só tive desgosto. No meu curso falta tudo”.

Fátima não tinha uma realidade muito diferente da de José. Ambos viram na universidade um lugar a mais para garantir um futuro melhor para si e sua família, porém, ao chegar à UFS, não sabiam se iam conseguir estudar. Isso, estudar. Além da falta de professores, não tinham laboratórios, livros, tinham que pagar um alto valor com Xerox e no Campus onde estudavam não tem nem restaurante universitário, nem creche, sem falar que para chegar lá, gastam muito com transporte.

Foram forçados a parar. Nem precisaram de uma deflagração de greve nacional para isso. Foram forçados a parar porque não tinham como manter seus estudos sem trabalhar para se alimentar, para pagar transporte, para pagar o material que falta no curso. Foram forçados a parar porque trabalhavam e não tinham disposição para estudar no final do dia, já que trabalham para garantir o que um setor público não garantia a eles.

Neste dia, mesmo dia igual a outros – de descer de ônibus, de apressar-se para uma aula que estava sem professor há dois meses, de indignar-se – passaram por um grupo de estudantes, os quais, sentados em roda, diziam algumas coisas sobre “precarização da educação pública”. “Hoje, sentimos no dia a dia as contradições da expansão impostas pelas políticas do Governo Federal. Claro, muito importante que a universidade se expanda, é por isso que lutamos há décadas, mas se ela não garante condições estruturais e pedagógicas para que os filhos e filhas da classe trabalhadora permaneçam, ela vai fazer o processo inverso: vai expulsar justamente aqueles que não têm condições materiais de se manter”, falou um daqueles.

Fátima e José pararam ali mesmo, parecia que aquele grupo dizia sobre o que viviam todos os dias. Aquela gente que nunca viram debatia o porquê de a UFS estar deste jeito. Jeito de apagar sonhos, de desestimular o conhecimento, de fazer gente desistir de estudar, jeito desajeitado. Continuaram a ouvir:

“Só que isto não acontece só aqui, acontece também nos outros campi, no ensino à distância e em outras Instituições do Ensino Superior, Brasil a fora e à dentro. Tudo isso porque nacionalmente temos um projeto de educação que estabelece estas condições. No caso das instituições federais, a reforma universitária se deu pelo Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, o Reuni, e do Ensino à Distância. A forma como ele estabelece isso, por exemplo, é não priorizando um aumento do investimento público para a educação também pública. Hoje, em torno de 4% do PIB vai para o setor. Mas nós, estudantes e professores, queremos 10% e para a educação pública. Além disso, priorizam a contratação de professores substitutos que não fazem pesquisa e extensão”, continuou.

Os dois franziram a testa sem entender direito. Daí, Fátima logo levantou o dedo e perguntou sobre isso da pesquisa e da extensão. Os que debatiam surpreenderam-se e responderam com empolgação: “se eles não fazem nem pesquisa nem extensão, a universidade acaba por perder sua função social, ou seja, sua função de produzir conhecimento referenciado pela sociedade. Ainda tem mais: com isso, os poucos professores efetivos se sobrecarregam, são explorados, por vezes mal remunerados. É um dos motivos porque 44 instituições de ensino superior estão com seus docentes em greve”.

O que os estudantes têm a ver com isso?

Uma das pautas de reivindicação dos professores remete à valorização e a melhoria das suas condições de trabalho, que vem prejudicando as universidades públicas ao não garantir o ensino, a pesquisa e a extensão de qualidade. Outro ponto reivindicatório importante refere-se aos 10% do PIB para Educação Pública, que é uma luta de vários movimentos em favor de um maior financiamento à educação brasileira. Neste caso, a luta dos professores representa uma luta de toda a educação e da UFS!

Partindo desta avaliação, os estudantes da Universidade Federal de Sergipe aprovaram na Assembleia Geral dos Estudantes - cerca de 200 participaram - realizada no dia 25 de maio de 2012 no Campus São Cristóvão, o apoio à greve dos professores federais. Além do apoio à greve, encaminhamos um Comando de Mobilização Estudantil (COME), sendo este um grupo formado por estudantes de diversos cursos que estarão mobilizados durante esse tempo de greve, discutindo nossa Educação e Universidade, através de aulas públicas, debates, vídeos e intervenções.

Devemos estar nesse momento ao lado dos trabalhadores, compreendendo que a sua luta é justa e nossa também, estudantes. Portanto, entendemos que a nossa atuação deva se dar em conjunto com os professores, juntando-se a eles nessa trajetória. Reforçamos o chamado a todos aqueles que acreditam que outra UFS é possível para participarem do Comando de Mobilização Estudantil e de nossas próximas atividades.


Como a Assembleia Geral estudantil foi aprovada

É importante ressaltar a participação, na assembleia, de mais de 40 cursos, com estudantes dos campi de São Cristovão, Lagarto e Laranjeiras. Outro ponto necessário a frisar é que este espaço de discussão democrática deveria ser frequentemente realizado pela instância máxima de representação estudantil, o Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Contudo, não é o que acontece há quatro anos. Tanto o é que a assembleia foi impulsionada no Conselho de Entidade de Base (CEB) - outra coisa que o DCE deveria realizar. Este aconteceu no dia 15 de maio, a partir de uma convocação dos conselheiros universitários discentes, Leidivaldo, Pedro Henrique e João, a fim de discutir amplamente os programas de assistência estudantil propostos pela pró-reitoria do setor.Como nesse meio tempo ocorreu a greve, os estudantes, representados por mais de 50% dos centros ou diretórios acadêmicos, impulsionaram do CEB a assembleia geral, com as pautas 'assistência estudantil e greve docente'.


Fiquem ligados na programação da semana: