terça-feira, 14 de agosto de 2012

Universidade, trabalho e assistência estudantil: assembleia de bolsistas fortalece a luta dos estudantes trabalhadores



Ao contrário do que dizem os setores reacionários, como a grande mídia, a greve surge de uma necessidade dos trabalhadores e estudantes. Necessidade de condições de trabalho e estudo para que, desta forma, possamos produzir conhecimento efetivamente referendado com as demandas da classe trabalhadora.

De certo, a propaganda do Governo da - parcial - entrada dos trabalhadores no ensino superior não significa a efetivação do objetivo acima lançado, pois os estudantes se deparam com condições alarmantes de estudo, com a rara assistência estudantil, acarretando a evasão de vários estudantes.

Na UFS, por exemplo, apenas o Campus de São Cristóvão tem restaurante universitário. E mesmo o único está numa condição débil de estrutura. Agora, está em reforma, o que é necessário, mas como a universidade supriu a alimentação dos estudantes cotistas, bolsistas-trabalho, residentes deste então? Certamente não foi da melhor forma possível: garantiu 80 reais no auxílio-alimentação, sendo que este já tem 20 dias de atraso, ou seja, além de ser um valor ínfimo, adiciona-se a isso um vácuo significativo de dias sem recebê-lo. “80 reais não dá para nada. Só a passagem de ônibus é 2,25”, enfatiza o professor Romero Venâncio.

Este foi um dos temas da Assembleia dos Bolsistas-Trabalho, realizada na tarde de hoje (14), no hall do Restaurante Universitário (Resun). A assembleia contou com a presença de cerca de 40 bolsistas, na qual recebeu a presença do técnico Lucas Gama. Este trouxe aos estudantes o debate de que o atraso (mais um) de 20 dias no recebimento da bolsa não é consequência da greve dos servidores, mas irresponsabilidade da reitoria na tentativa de dividir estudantes e trabalhadores.


O espaço permitiu uma discussão ampla sobre o caráter da bolsa-trabalho, em leitura marxista: a proletarização do estudante. A bolsa-trabalho diz respeito a exploração da força de trabalho do estudante, no intuito de não abrir concurso para técnicos, como também de evitar investimento no que tange a assistência estudantil. Ou, o direito de permanecer.

Por fim, foi tirado o calendário para as eleições do Conselho de Bolsistas. A chapa pode ser composta por dois coordenadores gerais, dois na secretaria, uma coordenação de comunicação, uma de assuntos sociais, uma de tesouraria e duas de assuntos estudantis. “Apesar da chapa ser composta por dez nomes, não significa que mais estudantes não possam participar da construção diária do conselho”, colocou Cláudia Kathiuscia, ex-bolsista, estudante do curso de Ciências Sociais e militante do Comando de Mobilização Estudantil (COME-UFS).

Agenda das eleições do Conselho de Bolsistas

Inscrição de chapa: 21 e 22 de Agosto
Campanha: 21 a 28 de Agosto
Eleições: 29 (interiores) e 30 (São Cristóvão)

 Assistência Estudantil em debate: estudantes, técnicos e professores respondem à expansão que expulsa trabalhador da universidade


2 comentários:

  1. bem interessante a iniciativa, mas não apoio a nescessidade de eleição de conselhos, chefias, etc. se estamos brigando contra esse pessoal que concentra poder nas mãos de poucos, como podemos fazer igual? isso teria que ser resolvido numa mesa redonda, sem chefias ou gente no comando, todos são iguais. na minha opnião isso só serve de plataforma para lançamento de futuros politicos. foi assim com o atual governador. querem brigar por algo, vamos todos em igualdade, sem hierarquias ou superiores...

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  2. É justamente a nossa intenção, Carlos. A questão do Conselho é que para termos acesso legítimo a determinados processos impostos pela universidade, como é o caso de alterações no regimento de programas de bolsas, acaba sendo uma necessidade TÁTICA montarmos uma gestão - ou você acha que a reitoria liberará aos estudantes suas tramitações de mão beijada? Mas nossa concepção de movimento estudantil é exatamente essa a qual você colocou: sem hierarquias, tanto o é, que mesmo os estudantes não estando em greve e mesmo sem ser gestão do DCE nos mantemos mobilizados, por meio do Comando de Mobilização Estudantil. As reuniões do Conselho certamente serão abertas a todos, sendo ou não "burocraticamente" da gestão. Há braços

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