segunda-feira, 9 de julho de 2012

Reflexão sobre a entrevista dos professores em greve na Globo News, no último dia 03/07

Por Talita Moraes

Certo, muito bom que tenha uma entrevista sobre a greve com dois professores (a favor), um deles direção do Andes. Mas não posso deixar de fazer algumas críticas, principalmente enquanto estudante de comunicação social.

Maravilha que a Globo faça isso. News, a Globo News. Um canal da dita televisão segmentada, portanto, grande parte da classe trabalhadora se torna excluída, mais uma vez, consequentemente alienada da realidade que a circunscreve.

Bom, ao menos podemos compartilhar, curtir, cutucar e deitar e rolar no facebook. Afinal, hoje em dia qualquer um tem acesso às (mal)ditas novas tecnologias, logo, saberão do que se passa no país. Mais um mito. De acordo com dados do Internet Word Stats, cerca de 30% das pessoas, no Brasil, tem acesso à internet*.

Esses rápidos pensares me levam a crer na necessidade concreta, real e urgente de uma comunicação efetivamente voltada e feita (mãos à obra) pela classe da onde fui gerida e para onde sou formada, a trabalhadora. Lênin e Adelmo Genro Filho, este muito influenciado por aquele, entendiam a comunicação como um organizador coletivo. Adelmo ainda foi mais analítico quando disse (especificamente para o jornalismo) que muito embora a burguesia tenha dado à luz a essa "atividade", a realidade é apropriável, logo, temos - trabalhadores e trabalhadoras - a total capacidade de transformá-la .

Minha segunda conclusão: não esperemos, oras, pela Globo. Ela mesma consolidou e destroçou a ditadura militar quando foi oportuno para seus interesses, de classe (burguesia). Ela vende (publicidade) e agita seus valores e visão de mundo (propaganda) enquanto perdemos de olhar e intervir na realidade.

Não esperemos, oras, pela Globo. Comuniquemos nossa indignação nas ruas, nos muros, nas praças. Continuemos a invadir. Sim, a invadir, pois enquanto disserem que são privadas as terras, as ruas, a educação, invadiremos suas cercas e tomaremos o que é nosso - ao menos, o que deveria ser.

Se invadir incomoda, saiba: estamos aqui é para ocupar!

*Dado: http://www.internetworldstats.com/stats10.htm#spanish

Talita Moraes é estudante de Comunicação Social - Jornalismo na UFS, militante do coletivo Barricadas Abrem Caminhos e membra da comissão de comunicação do COME-UFS

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